7 de mar. de 2011

China revela “maquete” da economia “verde” que o país quer construir


Até 2020, a China terá de reduzir entre 40 e 45 por cento a sua intensidade carbónica. A “maquete” da economia “verde” que o país quer construir está baseada nas energias renováveis e em cinco províncias piloto. Yunnan já começou com uma aposta séria nos recursos solares: energia solar e biomassa.

O novo plano proposto para os próximos cinco anos para o país (2011-2015) – revelado na última sexta-feira pelo primeiro-ministro Wen Jiabao na Assembleia Nacional Popular, o Parlamento chinês - prevê uma redução de 16 por cento no consumo de energia e 17 por cento nas emissões de dióxido de carbono por unidade do PIB, a níveis de 2010, especificou ontem Zhang Ping, responsável pela Comissão das Reformas e Desenvolvimento Nacional (NDRC, sigla em inglês). Além disso, as emissões dos maiores poluentes deverão cair oito a dez por cento. “Estas são medidas concretas de resposta às alterações climáticas”, comentou Zhan, citado pelo site “China Daily”. A China é o país que mais dióxido de carbono emite no planeta.

A responsabilidade pelo cumprimento até 2015 das metas – “obrigatórias e vinculativas” - será dividida entre as regiões e indústrias, acrescentou Zhan.

O plano 2011-2015 também promove o aumento do uso de energias limpas ao aumentar a percentagem dos combustíveis não fósseis no “mix” energético dos 8,3 por cento em 2010 para 11,4 por cento.

O investimento em projetos “verdes” também vai aumentar, enquanto as empresas com elevados níveis de consumo de combustíveis fósseis verão o seu crescimento ser reduzido, acrescentou o responsável.

China vai ganhar a corrida à “economia verde”, diz a ONU

A China é um país de extremos. É o maior emissor de CO2 do mundo, mas também deverá ser o país a ganhar a corrida à “economia verde”. Quem o disse foi Christiana Figueres, secretária-executiva da Convenção-Quadro da ONU para as Alterações Climáticas, no final de Janeiro de 2011, no Fórum Económico Mundial, em Davos (Suíça). “A China nos deixará a comer pó. Eles estão seriamente decididos a ganhar a corrida à economia verde”, disse Figueres, citada pela Bloomberg.

Nos últimos cinco anos (2006-2010), o consumo de energia por unidade do PIB diminuiu 19,1 por cento, disse o primeiro-ministro chinês Wen Jiabao, explicando o feito com “o incentivo à exploração de energias limpas”. Para o futuro, “devemos promover de forma eficaz a gestão dos recursos e a proteção do Ambiente. Devemos responder ativamente às alterações climáticas”, continuou.

A China adotou um ambicioso programa de energias renováveis. No ano passado, o país investiu 51,1 mil milhões de dólares (36,5 mil milhões de euros) em energias limpas.

Yunnan, uma das cinco províncias piloto

No Sul da China, a província de Yunnan é uma das cinco selecionadas pela NDRC para testar o novo “modelo” econômico para o país, no âmbito do plano 2011-2015. “Insistimos em definir Yunnan como uma província orientada para a ecologia e tentar alcançar o máximo de benefícios económicos e sociais com o mínimo consumo de recursos”, explicou ao “China Daily” Qin Guangrong, governador da província.

A região, com 152 reservas naturais e 50 por cento de todas as espécies do país, pretende chegar a 2015 com um aumento de 45 por cento na urbanização e dez por cento de crescimento económico anual. A solução é “continuar a apostar forte na poupança energética e na redução de emissões” e “explorar as energias solares e de biomassa”.


Adaptado por Studio Equinócio
Fonte: http://economia.publico.pt/

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