O Brasil ganhará sua primeira fábrica de painéis fotovoltaicos, o local escolhido é o município de Lauro de Freitas, na Bahia. O grupo português VIV Energia Renovável é o responsável pela construção da fábrica, que está em fase final de negociação.
Segundo o Jornal da Energia, as obras da unidade terão início em meados de 2011, porém, os investidores pretendem montar uma instalação de uma linha de montagem temporária. A intenção do grupo é que cerca de 93% dos componentes para os painéis seja de fabricação local, adquirido junto a fornecedores nacionais. Já o "cérebro" das placas, viriam de parceiros da VIV na Espanha.
Otávio Mangano Fernandes, um dos sócios do empreendimento, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal da Energia. De acordo com o jornal, o grupo já tem o apoio do governo da Bahia e agora está correndo atrás de detalhes burocráticos, como abertura de empresa e recrutamento de novos parceiros que se interessem pelo negócio. Porém, a maior parte do capital virá dos portugueses, que também são os responsáveis pelo desenvolvimento do projeto. A estimativa de Fernandes é de que o investimento seja próximo de R$2,5 milhões somente em equipamentos para a linha de montagem.
Inicialmente os painéis serão vendidos para prédios comerciais, residências e até mesmo em casas populares, como as programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida. Instalações em locais de difícil acesso e em estádios de futebol (pensando na Copa de 2014 e Olimpíadas de 2016) também são oportunidades observadas por Fernandes.
"Vamos mostrar nosso produto para o Brasil. Temos estudos que mostram que, realmente, o País está muito atrasado nesse segmento (solar). Há a possibilidade de se colocar isso no mercado, e há um campo muito grande para se trabalhar", prevê o investidor. Para ele, o País "focou muito na energia eólica e esqueceu o potencial solar".
Além dos painéis, o grupo pretende lançar no mercado outros produtos envolvendo a energia solar, como os postes de iluminação pública que utilizam módulos fotovoltaicos para abastecer lâmpadas LED, sistemas completos para aquecimento de água com a energia do sol e bombas de sucção de água alimentadas pelos painéis. "Os postes, por exemplo, são muito competitivos. Podemos trabalhar eles junto aos municípios, e também com resorts, condomínios, hospitais", afirma Fernandes.
Segundo a VIV, os funcionários da planta também serão treinados, tanto no Brasil como no exterior. Alem disso, o grupo pretende fechar parcerias com universidades para treinar mão de obra para a futura fábrica e para o desenvolvimento de novos projetos e tecnologias.
"Nosso foco é mesmo o mercado interno, já que não temos essas placas por aqui, e vamos trazer a um preço acessível. Existe uma intenção muito forte em firmar parcerias com construtoras de primeira linha. Hoje o Brasil virou um canteiro de obras muito grande, tem Minha Casa, Minha Vida, Luz Para Todos, estádios para a Copa. Tudo isso pode ser feito com energia fotovoltaica", resume o empresário.
Segundo a organização ambiental Greenpeace, essa notícia representa um passo muito importante para o desenvolvimento da energia solar no Brasil. A fabricação local deverá reduzir os custos dos painéis. Porém, a ONG lembra que a viabilidade deste tipo de geração depende de uma política que proteja essa fabricação e garanta incentivos para que consumidores de eletricidade comprem os painéis.
Por Studio Equinócio
Fonte:Ciclo Vivo
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