31 de mar. de 2011

Japão aumenta os valores das tarifas prêmio (FIT) para instalações solares fotovoltaicas para 0.48 USD /kWh e reduz taxas para instalações residenciais



Em 30 de março de 2011, o Ministério japonês da Economia, Comércio e Indústria anunciou novos valores para  as tarifas prêmio ( feed-in tariffs)  destinadas à  a energia solar fotovoltaica, elevando os valores para as instalações não residenciais de JPY 24/kWh (0.28/kWh USD) para JPY 40/kWh (0.48/kWh USD).

O ministério anunciou também um corte nos valores para instalações residenciais de até 10 kW de JPY, saindo dos atuais  48/kWh (USD 0.58/kWh) para 42/kWh JPY (0.51/kWh USD).

As
novas tarifas prêmio entrarão em vigor em Abril de 2011. A decisão do ministério foi tomada  em Janeiro e Fevereiro de 2011, antes mesmo do terremoto e do tsunami que levaram ao desastre em curso na usina nuclear de Fukushima, entretanto as várias explosões, vazamentos de radiação e a incapacidade da Tokyo Electric Power Company (Tóquio, Japão) para estabilizar a planta durante três semanas fortaleceu ainda mais  uma eloquente defesa para a importância do desenvolvimento das fontes de energia limpa no país.

O Japão iniciou seu programa solar pro meio de tarifas prêmio em novembro de 2009. Em 2010, o país instalou cerca de 5% da nova capacidade global de energia solar fotovoltaica da ordem de 18,2 GW, e produziu 8,5% do suprimento mundial de células fotovoltaicas.

Por Studio Equinócio

Projeto Solar ILPI destinado a Instituições de Longa Permanência para Idosos, chega a Belo Horizonte


Belo Horizonte, a capital mineira, recebeu na última quarta-feira (23/03) os equipamentos do Programa Energia Inteligente (EI), uma parceria entre o Governo de Minas Gerais e a Cemig, que serão instalados na instituição Lar dos Idosos Dona Paula. O Projeto Solar ILPI, que integra as atividades do EI, vai beneficiar idosos atendidos pela entidade com um moderno sistema de aquecimento solar. A entrega acontecerá às 10 horas, na Rua Henrique Gorceix, no 315, bairro Caiçara.

O investimento do Projeto na instituição, com a instalação dos sistemas de aquecimento solar (área coletora de 60 m²), será de R$ 82 mil. Atualmente, a Lar Dona Paula acolhe, em tempo integral, 56 idosos.
De acordo com o coordenador do EI, Higino Zacarias de Souza, a instituição, funcionários e idosos sairão ganhando. “Com a instalação dos sistemas de aquecimento solar o Lar Dona Paula vai racionalizar seu consumo de energia elétrica usada para aquecer a água nos banhos e no preparo das refeições, deslocando a demanda para fora do horário de ponta. O Projeto vai trazer 70% de economia na energia usada para aquecer água, além do conforto nos banhos promovidos por um sistema central de aquecimento,” afirma. Ainda segundo o coordenador, com essa economia, a instituição vai reduzir o valor da sua conta de energia e utilizar os recursos para outros investimentos.

Solar ILPI
O Projeto Solar ILPI visa a implantação de sistemas de aquecimento solar em Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) em Minas Gerais, substituindo chuveiros elétricos por sistemas de aquecimento solar de água, com a retirada de consumo de energia elétrica para banhos do horário de ponta. Para o consumidor esse projeto traz, além da economia estimada em 65% nos chuveiros, o conforto dos banhos promovidos por um sistema central de aquecimento. A instalação dos aquecedores solares será realizada em 503 entidades perfazendo um total aproximado de 20.800 m² de área coletora. O valor total investido pelo Projeto é de R$ 26 milhões.

Studio Equinócio

São Paulo faz reunião na área de energia


Da Agência Ambiente Energia - Com a presença do governador Geraldo Alckmin (foto), o Conselho Estadual de Política Energética de São Paulo (CEPE) se reuniu pela primeira vez, na quarta-feira, 30 de março, numa conferência no Palácio dos Bandeirantes. Temas como bioenergia, cogeração de energia, energia solar fizeram parte da pauta do encontro, que também marcou o lançamento da Matriz Energética do Estado de São Paulo 2005 – 2035, uma detalhada pesquisa que vai subsidiar futuras ações e políticas estaduais na área de energia.

“São Paulo tem tamanho de país. Tem parque industrial e população de país. Temos grandes desafios. Tenho certeza de que o Conselho Estadual de Política Energética trará muitas contribuições a São Paulo e ao Brasil”, disse o governador Geraldo Alckmin, após a apresentação dos membros do CEPE.
Presidente do CEPE, José Aníbal (foto), ressaltou a importância de um fórum de discussão e de indução de políticas públicas tão qualificado e variado como o que foi instalado na manhã de hoje. “Unir personalidades de notório saber, representantes do setor produtivo, representantes do governo e dos institutos de pesquisa dá uma boa química. Uns pedem mais foco, outros mais regulamentação, outros pedem mais abertura ao Governo Federal. A demanda sobre a área energética é enorme. Isso mostra como foi oportuna a recriação da Secretaria de Energia e a instalação do Conselho.”, concluiu Aníbal, também secretário estadual de Energia e presidente do Fórum Nacional de Secretários de Estado de Energia

Além dos titulares das pastas citadas, o CEPE é formado por representantes da Assembleia Legislativa (Rodrigo Del Nero), das universidades públicas (Carlos Alberto Canesin/Unesp), dos institutos de pesquisa (João Fernando Gomes de Oliveira/IPT), da FIESP (Carlos Antonio Cavalcante), da FECOMÉRCIO (Sanae Murayama Saito), da FAESP (Fábio Salles Meirelles), e por quatro membros de notório saber (professor José Goldemberg, professor José Sidney Martini, professor Sérgio Bajay e professor David Zyjlbersztajn).

Na abertura da reunião, o professor José Goldemberg destacou que o planejamento energético e as diretrizes estratégicas não podem deixar de lado a questão da sustentabilidade. “Enquanto a Inglaterra cobra 16 € por tonelada emitida de CO2, o governo brasileiro isentou o IPI dos automóveis sem pedir nenhuma contrapartida ambiental das montadoras. É preciso agir”, disse. O secretário de Agricultura de São Paulo, João Sampaio, defendeu o incentivo e o desenvolvimento das pesquisas na área de energia.

O representante da Unesp, Carlos Alberto Carmesin, ressaltou o enorme potencial em energia fotovoltaica que o Brasil não aproveita. Enquanto países como a Alemanha produzem mais de 50% de sua eletricidade a partir da energia solar, o Brasil, que possui um potencial incomparavelmente superior, não domina a tecnologia nem estimula adequadamente o seu uso em grande escala. “O mesmo pode ser dito da energia eólica”, completou.

Studio Equinócio

Eletrosul dá passo decisivo para se tornar referência na geração de energia limpa


Eurides Mescolotto assinou, em Berlim, contrato de financiamento a fundo perdido para concretizar o projeto “Megawatt Solar”, que servirá de modelo para os estádios solares da Copa de 2014
Enquanto o acidente nuclear no Japão se torna o centro das discussões sobre a geração de energia no mundo, a Eletrosul Centrais Elétricas S.A. – empresa do Sistema Eletrobrás - dá um passo decisivo para se tornar referência não só na geração, mas na comercialização de energia limpa. Nesta quarta-feira (30), o presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto, e o diretor de Gestão Administrativa e Financeira, Antonio Waldir Vituri, assinaram um contrato de financiamento afundo perdido com o banco Alemão KfW, no valor de 2,8 milhões de euros, marcando definitivamente a concretização do projeto batizado como “Megawatt Solar”, que será a primeira usina de grande porte no Brasil integrada a uma edificação que captará a luz do sol e a transformará em energia elétrica. O pioneirismo do projeto vai além: a Eletrosul será a primeira a comercializar este tipo de energia no país, servindo de modelo para os empresários que querem transformar os estádios da Copa de 2014 em geradores e até revendedores de energia solar.
Além disso, praticamente ao mesmo tempo em que assina o contrato na Alemanha, a Eletrosul se prepara para finalizar a montagem da primeira das 45 torres que formarão o complexo Eólico Cerro Chato, no Rio Grande do Sul. O início do funcionamento da usina, previsto para a partir da primeira quinzena de abril, marcará o retorno da Eletrosul à área de geração de energia, depois da privatização da empresa em 1998.


“O primeiro megawatt de energia gerado pela Eletrosul desde seu desmonte será de energia limpa, através da Cerro Chato. Até o final do ano, estaremos inaugurando a primeira usina de grande porte do Brasil que transformará a energia solar em elétrica. Este é um ano histórico para a Eletrosul que se consolida como referência na concretização de projetos pioneiros e autossustentáveis. Vamos garantir a segurança energética do país, garantindo o futuro do nosso planeta com o uso de energia limpa”, afirmou o presidente da empresa, Eurides Luiz Mescolotto.

A assinatura do contrato aconteceu na sede do banco alemão, no fim da manhã desta quarta-feira (30), com a presença do diretor geral do KfW, Helmut Gauges, o diretor para a América Latina e Caribe, Rüdiger Hartmann, e representantes do Ministério do Meio Ambiente Alemão. A missão da Eletrosul é considerada tão estratégica que o ministro conselheiro da Embaixada Brasileira no país, Roberto Colin, acompanhou a formalização do contrato em Berlim. No início da reunião, Mescolotto apresentou o sistema Eletrobrás e as ações da Eletrosul. Em seguida, Vituri deu detalhes sobre o projeto Megawatt Solar. Para o presidente da Eletrosul, a assinatura é um ato que ficará na história dos dois países.

“Este ato que é singelo, de assinatura de um contrato, tem grande representatividade para a história da relação dos povos da Alemanha e Brasil. No nosso país, alguém tinha que começar a investir em energia solar e fazer a primeira usina. A Eletrosul fez isso”, disse Mecolotto.

O valor captado pela empresa junto ao banco alemão representa 65% do custo total do projeto Megawatt Solar, orçado em R$ 10,5 milhões. O projeto será instalado na cobertura do edifício-sede da Eletrosul e estacionamentos, no bairro Pantanal, em Florianópolis, em uma área de aproximadamente dez mil metros quadrados, onde será implantado o sistema que transforma energia solar em energia elétrica por meio de placas fotovoltaicas. O projeto surgiu de uma parceria entre a Eletrosul, Eletrobrás, Universidade Federal de Santa Catarina, Instituto Ideal, o banco de fomento alemão KfW e a agência alemã de cooperação técnica GIZ.

 “O Brasil tem uma matriz energética limpa e esse projeto vem somar-se aos esforços de pesquisa e desenvolvimento em favor do país e das energias renováveis, e essa é uma contribuição muito importante da Eletrosul, que sai de um projeto-piloto, que vem gerando energia, para a construção da primeira usina solar da empresa e a primeira deste porte no país”, destacou Mescolotto.
   
A usina de aproximadamente um megawatt-pico é um projeto inovador, não só por ser o primeiro prédio público brasileiro a usar o conceito BIPV (sigla inglesa para o sistema fotovoltaico integrado à edificação) de produção de energia elétrica de fonte solar em larga escala, mas também porque a Eletrosul irá comercializar a energia produzida em pequenos lotes para venda no mercado livre. “Será criado um selo verde solar para as empresas que comprarem essa energia, evidenciando o compromisso com a sustentabilidade”, destaca Mescolotto.

Como parte do processo de implantação da usina solar, estima-se que dentro de um mês será lançada licitação para contratação de fornecimento dos componentes e instalação da usina. A Eletrosul deve iniciar a operação até o final deste ano, e a previsão é de que seja gerado, em média, 1,2 GWh/ano, o que equivale ao consumo anual de cerca de 570 residências. O projeto tem um prazo de sete meses para a implantação a partir da assinatura do contrato da licitação.

Ventos – A Eletrosul finaliza, no início de abril, a montagem da primeira de um total de 45 torres que formarão as três usinas do Complexo Eólico Cerro Chato, em Sant’Ana do Livramento (RS). Cada uma delas mede 108 metros de altura e, somente de raio entre o centro do rotor e ponta da pá, são mais 41 metros. Dá pra se ter ideia da grandiosidade do empreendimento só pela logística montada para se transportar as torres e seus equipamentos até o terreno. Ao todo, serão necessárias 2.295 viagens de carretas pelas estradas do Rio Grande do Sul (Gravataí, Rio Grande e Erechim) e São Paulo (Sorocaba), até Sant’Ana do Livramento, e os cálculos indicam que as cargas irão percorrer uma distância equivalente a aproximadamente 37 voltas em torno da Terra.


A usina tem potência instalada de 90 MW e investimento total R$ 390 milhões, estima-se que a primeira geração de energia aconteça a partir da primeira quinzena de abril. A capacidade de atendimento é de quase meio milhão de habitantes. A entrada em operação do Complexo está programada para o fim de setembro deste ano – nove meses antes do previsto.

Studio Equinócio

30 de mar. de 2011

O impacto das smart grids nas cidades- vamos produzir e vender energia através do aproveitamento do Sol?


O mundo rico começa a descobrir as smart grids, redes elétricas inteligentes por meio das quais o consumidor pode gerar sua própria energia e vendê-la no Mercado – a novidade também vai chegar aqui.
Imagine-se em 2020. Você chega em casa, depois do trabalho, e vai direto para a cozinha conferir, em um medidor digital, se o consumo de energia elétrica está dentro da meta diária que você mesmo traçou. A luz verde indica que sim. O aparelho também revela que, naquele momento, o preço do quilowatt-hora está no pico. Você, então, manda sua filha desligar a prancha de cabelo e seu filho sair do videogame. A boa notícia é que você gerou tanta energia elétrica a partir do sol — graças ao painel fotovoltaico instalado no telhado — que neste mês sua conta de luz vai ficar ainda mais barata. É possível que, no próximo verão, você gere mais energia do que consome e, assim, venda o excedente. Você vai, então, dormir feliz — não sem antes programar o aparelho de ar-condicionado e a lavadora de roupas para ligar durante a madrugada, quando o preço da energia é menor. Toda essa inovação começa a fazer parte do planejamento do sistema elétrico brasileiro — e se baseia em um conceito batizado de smart grids (redes inteligentes, em inglês). "Nos próximos dez anos, nossa rede elétrica vai sair da pré-história", diz André Pepitone, diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

"Será uma revolução comparável ao surgimento do celular na telefonia." A tecnologia dará ao consumidor o poder de decidir como e quando consumir energia — e até gerá-la, a partir do vento, da luz solar ou de gás natural. As empresas que operam o sistema, por sua vez, serão capazes de identificar problemas em tempo real, sem ter de esperar o chamado do cliente. Quando uma árvore cair sobre a fiação da rua, o fluxo de eletricidade interrompido será remanejado a distância pela distribuidora para outras linhas antes que técnicos cheguem ao local. "As smart grids permitirão que o fornecimento de energia seja mais eficiente, moderno, seguro e sustentável", diz o consultor Eduardo Bernini, sócio da Tempo Giusto Consultoria e ex-presidente da AES Eletropaulo.

As novas redes demandarão investimentos de, pelo menos, 15 bilhões de reais — basicamente aplicados na substituição, em todo o país, dos decrépitos medidores analógicos pelos modelos digitais, na instalação de sensores na rede e na modernização dos centros de controle das concessionárias. "As redes inteligentes vão solucionar boa parte dos problemas de energia elétrica nas cidades", diz Guilherme Mendonça, diretor de automação da Siemens do Brasil.

Até lá, as cidades brasileiras conviverão com redes que demonstram operar no limite, incapazes de sustentar o aumento do consumo de energia — estimado em 5% ao ano até 2020. Os problemas se tornaram recorrentes principalmente nas linhas de transmissão que trazem energia das hidrelétricas.
Em fevereiro, a pane numa subestação sobrecarregada da estatal CTEEP deixou sem luz 2,5 milhões de clientes na Grande São Paulo. Dias antes, uma falha da estatal Chesf já havia deixado 14 milhões de consumidores na Região Nordeste às escuras. A indústria local estimou perdas de 100 milhões de reais com o apagão.

No episódio mais ruidoso, a falha em uma linha de Furnas deixou 18 estados sem luz em 2009. A duração dos cortes de luz aumentou nos últimos dez anos. Em 2000, cada brasileiro passava, em média, 17 horas às escuras. Em 2010, foram 20 horas por ano. "Na geração, não faltará energia para o país crescer", diz Nelson Hubner, presidente da Aneel. "Na distribuição, a qualidade não acompanhou, e estamos cobrando melhorias das empresas." Em todo o mundo, as smart grids são impulsionadas por razões diversas — inclusive a preocupação em produzir energia mais limpa. Na Alemanha, para reduzir a dependência do gás vindo da Rússia, o governo financia a compra de geradores eólicos. Nos Estados Unidos, as empresas querem cortar gastos com pessoal — já que, com a nova tecnologia, parte dos reparos pode ser feita a distância.

No Brasil, a concessionária fluminense Light aposta na nova rede para detectar em tempo real as tentativas de furto de energia — mal que drena 15% da energia fornecida. "Queremos também reduzir o consumo no horário de pico e aumentar a confiança do sistema", diz Pepitone, da Aneel. A agência estima que a rede inteligente permitiria ao país diminuir em até 10% o consumo de energia. Assim como lá fora, a expectativa é que o consumidor brasileiro sinta-se incentivado a produzir a própria energia. "Esse é um caminho para aliviar o sistema e reduzir a incidência de problemas", diz Adriano Pires, sócio do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Além de investimentos, a instalação das redes inteligentes requer a revisão da lei atual. Será necessário permitir que o preço do quilowatt-hora para o consumidor residencial varie ao longo do dia, de acordo com a demanda e com a oferta de energia. "Ao optar pela energia mais barata, o cliente ajudará o país a consumir menos", afirma Jerson Kelman, presidente da Light. Outra mudança em estudo permitirá que a energia produzida em casa, com geradores eólicos, solares ou gás natural, seja vendida pelo cidadão.
A Cemig e sua controlada Light iniciarão testes com medidores digitais neste semestre, com 3 000 clientes da cidade mineira de Sete Lagoas e de uma das 16 favelas pacificadas no Rio de Janeiro. O investimento no projeto é de 65 milhões de reais. As mudanças estão a caminho. Mas, até a idade da luz moderna, o país ainda enfrentará muitos anos nas trevas.

Studio Equinócio